14 de fev. de 2011

Mais que Amigos - Cap XII - Anexo: O Encontro da Pillar


- Ai! – olhei no relógio e vi que faltavam menos de 20 minutos pra hora combinada com o Carlinhos, tudo culpa da ligação do Davi eu pensei – MÃE! ME LEVA NO SHOPPING, TÔ SUPER ATRASADA!
Eu cheguei ao shopping na hora marcada, mas eu não vi o Carlinhos onde nós tínhamos combinado. E agora? – eu pensei. O jeito era esperar ele aparecer.
Olhei no relógio, 5 minutos e nada.
10 minutos e nada.
15 minutos e nada. Resolvi olhar as vitrines pelas lojas perto do local combinado.
20 minutos e nada. Será que eu devia ligar pra ele?
22 minutos e 37 segundo e nada. Será que algo aconteceu? Ele pode ter sido atropelado.
26 minutos e 12 segundos e nada. Será que ele foi abduzido por aliens?
De repente eu sinto umas mãos tamparem os meus olhos – advinha quem é – a voz disse. Mas eu conhecia bem aquela voz.
- Carlinhos! – eu soltei as mãos dele e o abracei forte.
- Desculpa a demora – ele riu meio sem jeito – eu tive que ficar cuidando do meu irmão enquanto minha mãe foi no supermercado.
- Tudo bem. Vamos, tá quase na hora do filme que você queria ver.
- Ah! Jogos Mortais? Você resolveu ver esse? – ele perguntou surpreso.
- Sim, se é o que você gosta, eu assisto – eu respondi.
- Tem certeza? Você vai conseguir dormir depois de ver o filme? – ele perguntou debochando.
Eu ri – Claro! Eu não sou nenhuma criancinha.
- Então vamos! O que você vai querer comer?
- Não sei, pipoca talvez – eu respondi.
- Ah, o clássico pipoca mais refrigerante – ele disse meio entediado.
- E você? Não vai comer pipoca? – eu perguntei.
- Não, vou comprar um açaí shake de 900mL. Acho que dá pra um filme inteiro.
- Açaí shake? – eu perguntei surpresa.
- É. Acho maior barato.
- Hum, tá... acho que vou ficar com a pipoca e refri mesmo – eu disse.
- E aí? Tá com o dinheiro do ingresso? – ele perguntou.
- Quê? – como assim ele tava pedindo dinheiro pro ingresso? Isso não era um encontro?
- Dinheiro, aquela notinha de papel colorida pra você comprar o ingresso – ele disse, parecendo que estava falando com uma débil mental.
- Eu sei o que é dinheiro. Toma – tirei a nota da carteira e entreguei pra ele.
- Vai lá comprar a sua pipoca enquanto eu fico na fila do cinema – ele disse.
Eu fui comprar a pipoca. Não estava entendendo nada. O Carlinhos tava muito estranho. Geralmente ele era tão legal, cavalheiro, o que estava acontecendo? Aproveitei e comprei o açaí shake que ele queria.
- Aqui seu açaí – eu disse entregando o copão.
- Valeu gatinha! – ele disse e me deu um beijo na bochecha. Eu fiquei vermelha na hora. E respondi com um sorriso sem graça.
- Então Carlinhos, porque você resolveu me chamar pra sair? – eu perguntei.
Ele começou a gaguejar algo que eu não consegui entender.
- O que? Fala devagar, não tô entendendo nada do que você está dizendo – eu disse.
- Ah, sabe como é Pillar, você é uma garota, eu sou um homem. As coisas são assim – ele respondeu.
- As coisas são assim? Do que você está falando? – eu perguntei porque não estava entendendo nada.
- Ah Pillar, a galera do futsal disse que te achava gatinha e tals, sabe como é – ele respondeu.
- Você me chamou pra sair pra poder ficar comigo? É isso? – eu perguntei meio sem jeito.
- Se você quiser ficar comigo, de boa. Pego fácil – ele respondeu.
- Pega fácil? – eu me senti um pouco ofendida com o jeito que ele falou, mas talvez fosse coisa da minha cabeça.
- Então, você acha que rola entre a gente? – ele perguntou.
Eu fiquei sem jeito, ele tomou um gole do açaí shake dele. Então logo depois ele chegou perto do meu rosto e me deu um beijinho. Eu mal acreditei que ele tinha feito aquilo, nem fechar os olhos eu fechei de tão pasma que eu estava. Ele olhou nos meus olhos, bebeu mais um pouco do açaí shake dele e me agarrou. Me beijou pra valer. Senti tudo, parecia que ele queria engolir o mundo. Eu mal sabia o que fazer porque a língua dele era muito rápida, então eu pensei que devia beijar com a mesma vontade da dele. Fui com tudo.
- Ai! – nós dois dissemos enquanto nossas bocas se separavam. Eu tinha batido o meu dente no dele. Não acredito que eu estava pagando esse mico na fila do cinema!
- Você não sabe beijar? – ele perguntou.
- Eu, eu eu eu se se sei – eu gaguejei na hora – me desculpa.
- Eu acho que você não sabe beijar – ele disse secamente. Eu queria sumir. Que mico! Sentia meu rosto arder de vergonha.
- Ei Pillar! Dá um sorriso – alguém me chamou do nada, eu não fazia idéia de quem era. Virei pra olhar, o Carlinhos me abraçou e disse:
- Dá um sorriso pra câmera.
- Que câmera? – eu perguntei sem entender nada. De repente os caras do time apareceram e tinha um alto, meio gordo e de cabelos encaracolados com uma máquina fotográfica na mão.
- Dá um sorriso – ele disse.
- Dá um sorriso – o Carlinhos disse e me apertou na cintura.
Eu sorri. Diga xis Pillar, eu pensei. E o flash disparou. Ele caíram na gargalhada, eu não estava entendendo nada.
- Valeu Pilla, a gente se vê por aí – o Carlinhos disse, me deu os ingressos. Soltou os braços da minha cintura e foi cumprimentar os amigos dele.
- Quê? – eu perguntei.
- Aproveita o filme por mim – ele disse e foi embora.
Eu fiquei ali com os ingressos na mão, com uma vontade louca de chorar. Sem entender porque ele tinha feito aquilo comigo. Queria sumir. Só porque eu bati meu dente no dele. Isso não era motivo pra ele me deixar ali sozinha. Quando eu percebi estava todo mundo da fila me olhando. Joguei os ingressos no lixo junto com a pipoca e o refri. Achei que era melhor chorar em casa com meu travesseiro do que na frente de umas 50 cabeças que eu não conhecia. Quanta humilhação!

(continua)

Mais que Amigos - Cap XII - Anexo: A Ligação do Davi


O Carlinhos era o ruivo sardento mais fofo que eu conhecia. Eu era gamada nele desde a 7ª série quando ele ía na minha sala carregando a caixa de livros da professora de Português. Teve aquela vez também na 8ª série quando ele entrou na frente de um carro pra salvar um cachorrinho que ía ser atropelado porque o motorista estava distraído no celular, ele era louco por cães, tinha 4 na casa dele. Ele sempre andava no meio dos populares da escola, embora ele não fosse o tipo popular, na verdade, ele sempre foi o capacho dos populares. Não entendo porque ele agüenta os mandos e desmandos do Matheus Santelli, só porque eles são primos? Isso não é desculpa. Enfim, eu estava muito feliz me arrumando pra encontrar com ele quando o celular toca.
- Ai, onde eu deixei o celular – fiz uma força pra lembrar da última vez que tinha visto o meu BlackBerry preto – ACHEI! – estava debaixo da cama, vai saber como ele foi parar lá. Era o número do Davi, o que será que o Davi queria num sábado a noite? Ele não estava bravo comigo? Atendi o celular:
- Alô
- Pillar? Oi é o Davi, tudo bem?
- Tudo e você? Resolveu voltar a falar comigo? – eu perguntei.
- Águas passadas Pillar – ele respondeu.
- O que aconteceu Davi?
- Nada.
- Nada? Nada!? Se nada aconteceu eu sou a Lady Gaga. Anda, conta o que aconteceu – eu pressionei.
- Eu tava pensando na Marina. Desde quarta-feira que eu não vejo, nem falo com ela. Liguei hoje pro celular dela e ela não atendeu – ele contou.
- A Marina não atendeu a sua ligação! Que milagre.
- Pois é, eu também achei muito estranho. Será que está tudo bem com ela? – ele perguntou. A voz dele parecia de preocupação.
- Acho que sim Davi, eu sei que ela viajou com os pais dela pra um fazenda do amigo do pai dela, algo assim. O celular dela deve estar fora de área – eu supus.
- Não, eu liguei várias vezes, tocava e tocava até cair na caixa postal, eu liguei várias vezes antes do almoço pra ela. E agora cai direto na caixa postal. Será que ela desligou o celular?
- Porque ele desligaria o celular com você ligando pra ela – eu disse ironicamente.
- Você sabe que eu briguei com ela Pillar.
- Jura?! – eu fingi surpresa ironicamente – Então né Davi, deve ser por isso que ela desligou o celular. Você tratou ela mal, normal que a Marina esteja chateada.
- Koé Pillar, a Marina sempre me perdoa, ela não é de ficar fazendo birra. Alguma coisa aconteceu.
- Sei lá. Vai ver ela está muito ocupada pra atender os teus telefonemas – eu disse.
- Ocupada? Ocupada com o quê? A Marina não faz nada.
- Aff Davi! A Marina tem a vida dela. Acorda! O mundo dela não gira em torno do seu. Com sorte ela deve ter arrumado alguém pra ficar lá no lugar onde ela foi.
- Você tá brincando comigo né? – ele riu horrores de deboche no celular.
- Por que você tá rindo? – eu quis saber.
- Imagina se a Marina ía arrumar um peguete, só você mesmo Pillar com essas idéias malucas. A Marina não é desse tipo de menina que fica com qualquer um. Duvido que ela tenha arrumado alguém – ele disse.
- Se eu fosse você eu não duvidava disso, tem muito gatinho dando sopa pra ela.
- Quem? – ele disse isso e morreu de rir de novo no celular.
- O Matheus Santelli, por exemplo – eu disse.
- A Pillar, fala sério. Você acredita mesmo que ele quer alguma coisa com a Marina. Ele é o cara que mais se acha lá no colégio. Justo ele ía dar corda pra Marina – ele parecia estar com ciúmes do Matheus.
- Qual o problema? A Marina é muito bonita. Qualquer um ficaria com ela. E além do mais, você viu eles lá na escola. Não foi por isso que vocês brigaram? – eu disse.
- Foi – ele respondeu meio sem graça – mas eu sei que ele fingiu interesse na Marina só pra me irritar.
- Ai Davi! Chega, cansei de ouvir você falar merda. Tchau! – e desliguei o celular.
O Davi era muito convencido tem hora. Me dava raiva quando ele ficava assim, e isso piorou muito depois que ele começou a namorar a Camila. Mas eu tinha um encontro esta noite, e estava muito ocupada me arrumando.

(continua)
12 de fev. de 2011

Mais que Amigos - cap XII


Não ficamos ali por muito tempo porque já estava na hora do almoço e nossas mães já estavam nos procurando. A minha já estava aos berros, não entendo essa mania que mãe tem de gritar.
- Vamos minha Azedinha linda – ele me puxou pelas mãos em direção a casa.
- Você vai ficar me chamando mesmo de Azedinha? – eu não tinha gostado daquele apelido.
Ele parou e me abraçou com um braço. Eu fiquei sem graça e olhei pros pés dele. Com a outra mão levantou e segurou meu rosto na direção do rosto dele – Eu te chamo de Azedinha de um jeito carinhoso, é o nosso apelido. Eu podia te chamar de Meu Bem, de Amor, de Docinho. Mas nunca seria com o mesmo carinho, porque Azedinha teve um motivo. Não fica brava – ele disse.
- Mas Azedinha é um nome péssimo – eu retruquei.
- Mas que culpa eu tenho se você é era tão azeda comigo! – ele disse brincando.
- Ah odeio você – disse isso e saí brava por ele não fazer a minha vontade.
- Você não me odeia, você não pode mais dizer isso depois dos nossos beijos de hoje – ele me puxou pra perto do corpo dele e me agarrou de um jeito que eu não pude me livrar – Não adianta você tentar fugir, eu sei que você gostou. Dava pra ver nos seus olhos, no arrepio da sua pele. Para de fugir de mim Marina, admite.

Eu não conseguia mais resistir a ele depois dos beijos de hoje, realmente ele tinha me ganhado e eu nem conseguia fingir o contrário. Então eu sorri sem graça, não tinha o que fazer e ri comigo mesma.
- Você é tão charmosa, tão meiga, eu tá na sua Marina – ele disse isso e me beijou do jeitinho de sempre. Do jeito que eu adorava.
- É melhor a gente ir, antes que a minha mãe venha atrás de mim – no fundo eu não queria ir. Queria ficar ali beijando ele a tarde inteira, mas se eu fizesse isso com certeza minha mãe viria atrás e me encheria de perguntas, sem contar que com certeza ela me faria pagar o maior mico.

- Onde você estava? Estou te chamando há tempos – minha mãe disse. Eu pensei: Não, você está me gritando há muito tempo, mães!
- Oi! Eu sou o Matheus – ele cumprimentou a minha mãe, pude ver a boca dela se abrindo de tanta surpresa. Ai que vergonha, ela ía me fazer pagar mico.
- Ah, vocês estão namorando? –ela perguntou. Sabia demorou mais que 15 segundos até ela me fazer pagar um mico.
- Não mãe! Para com isso! – eu disse brava.
- Ainda não, mas muito em breve a senhora vai virar a minha sogra – o Matheus disse e sorriu de um jeito encantador.
- Ah que bom! Pensei que a Marina ía ficar encalhada - ela disse brincando. MAS ISSO NÃO É BRINCADEIRA QUE SE FAÇA!
- MÃE! – eu estava vermelha, quase roxa. Não sabia se era de vergonha ou de raiva.
- Relaxa Marina, sua mãe é engraçada – ele disse num ar tranqüilo.
- Você é um fofo Matheus, estou feliz por vocês estarem juntos – minha mãe disse tentando consertar a situação – Vamos almoçar crianças, a Sr. Santelli mandou preparar o seu prato favorito Marina.

Fomos em direção a uma cerca que tinha perto da cachoeira, eu subi e sentei ali. Ele veio e sentou do meu lado. Me abraçou pela cintura, eu adorava quando ele fazia isso.
- Então Marina, me fala sobre você, eu quero saber tudo.
- Sobre mim? Não tem o que falar – o que ele queria saber? Aquela era uma pergunta muito vaga.
- Sei lá, sua banda favorita. O que você gosta de fazer. Coisas desse tipo – ele sugeriu.
- Hum – eu pensei um pouco, era muito difícil escolher uma banda favorita – gosto de Charlie Brown Jr...
- Mentira! – ele me interrompeu – Sério??
- Sério, você não curte?
- Claro! Mas é muito difícil uma garota gostar também.
- Ah tá! Entendo – eu respondi – Gosto de ir à praia e você?
- É, eu curto de vez em quando surfar
- Ah você é surfista – eu debochei.
- Não, só nas horas vagas. Meu negocio mesmo é na quadra. Gosto de ser o atacante. Por falar nisso, Quinta-feira tem jogo. Eliminatórias dos Jogos Estudantis, você podia aparecer lá na quadra pra torcer pra mim, o que você acha?
- Só se você fizer um gol e dedicar ele pra mim – eu disse.
- Só um? Farei 3, todos dedicados a você.
- E seus amigos? – eu perguntei.
- O que tem os meus amigos? – ele questionou de volta.
- Eles vão zuar você, por você dedicar o gol pra mim – eu disse meio sem jeito.
Ele olhou fixamente nos meus olhos e disse – Eles não vão zuar a futura namorada do artilheiro da escola, relaxa.
- Fu-fu-futura namo-mo-morada? – eu gaguejei. Como assim? Do que ele estava falando? Meu coração foi parar na boca, meu corpo começou a tremer de um jeito incontrolável. A boca ficou seca, os olhos quase encheram de lágrimas (pelo menos isso eu consegui controlar). Eu estava emocionada, ninguém nunca tinha pedido pra namorar comigo antes, mas meus pensamentos foram interrompidos pela fala dele.
- Marina, tenho certeza que eu quero ser mais que um amigo pra você. Tá cedo ainda pra definir alguma coisa, vamos deixar rolar, ok?
- Ok.
Então ele me beijou. Ele não precisava ter dito mais nada, afinal ele já tinha dito tudo que eu queria saber. Segunda feira eu voltaria e esfregaria o meu futuro namorado na cara do Davi, queria ver ele me chamar de encalhada de novo. Mas não era hora de pensar no Davi. Era hora de aproveitar o momento, curtir o resto da tarde na companhia do Matheus, e foi o que eu fiz.

(continua aqui)
9 de fev. de 2011

Mais que Amigos - cap XI


Os lábios dele eram tão quentes e úmidos e o jeito como ele me abraçava. Não tinha como não ficar arrepiada. Ele era um idiota que beijava muito bem, não podia negar esse fato. Eu estava gostando demais de sentir aquilo. Ele colocou a mão debaixo da minha blusa, senti meu corpo inteiro endurecer.
VROOOM! VROOOOM! Que barulho era esse?

- Vem cá Azedinha – ele me puxou pra si.
- Que barulho foi esse? Ah! Meu celular – eu reconheci o som da vibração do celular em cima do móvel. Eu me levantei e fui olhar. Era o Davi. Por que ele estava me ligando? Nós não estávamos brigados?
- Deixa esse celular pra lá – o Matheus tirou o celular da minha mão e jogou ele na cama.
- Não – mas era tarde demais. O Matheus me pegou e me colocou na parede e começou a me beijar na intensidade que tínhamos parado. Mas eu não estava mais afim, estava pensando no Davi e no por que dele estar me ligando.
- Não Matheus! Para – e tentei me afastar dele.
- Minha Azedinha linda – ele sussurrou no meu ouvido e fixou o olhar no meu – estamos indo rápido demais pra você né? Tudo bem, eu vou te respeitar. Não vou te forçar a fazer nada, ok?
- Ok.
Ele me deu um beijinho suave na boca e saiu do meu quarto. Quando eu o vi saindo pela porta eu fiquei triste, não sei por quê. Agora era só eu e o celular tocando com o Davi do outro lado da linha. O meu coração tava apertado, senti um nó na garganta. Eu só não sabia se aquela sensação ruim era por causa do Matheus ou do Davi. Então o celular parou de tocar. Eu peguei ele, 2 ligações perdidas do Davi. Sentei na cama e fiquei olhando pro celular pensando se eu deveria retornar a ligação. Fiquei um bom tempo pensando nas palavras do Davi e no que ele tinha me feito sofrer. Depois pensei no Matheus e como ele estava sendo legal comigo desde o vestiário, mesmo eu tendo tratado ele tão mal. Pensei que o Davi não tinha confiado em mim, de todas as coisas essa foi a que mais me doeu. Pensei no Matheus e em como ele era um babaca, mas no fundo eu tinha me divertido na cachoeira, embora nunca fosse contar isso pra ele. Pensei em como o Davi fazia meu coração disparar, só de pensar nele. Levantei e fui para a janela, apesar do dia frio, era um bonito dia. Lá fora perto do balanço estava o Matheus sentado no chão olhando pra cachoeira. Então me lembrei que quando estávamos na cachoeira meu coração estava acelerado, lembrei de como tinha gostado do beijo dele e em como ele tinha me respeitado quando eu disse não.
Desliguei o celular e guardei ele no criado mudo. Saí correndo pelas escadas, minha mãe resmungou algo, mas eu nem consegui decifrar o que ela disse. Corri até perto do balanço e parei. O Matheus olhou pra trás e se levantou. Eu senti minha respiração ofegante. Ele sorriu.
- Você se tornou o idiota mais fofo que eu conheço. Parabéns! Você me ganhou – eu sorri e corri na direção dele.
Ele também veio na minha direção com aquele sorriso lindo. Eu pulei no colo dele, ele me rodou no ar. Ele fixou o olhar no meu. Então eu sorri e beijei ele.

(continua aqui)
7 de fev. de 2011

Mais que Amigos - cap X


Que garoto idiota eu pensei. Que idéia a dele de me jogar na cachoeira, e se eu não soubesse nada? Eu estava nadando em direção a margem quando ele me alcançou e me segurou pela cintura. Eu me virei e tentei empurrar ele, mas era tarde demais. Os lábios dele já estavam colados nos meus. Então senti a mão dele subir pelas minhas costas e parar na minha nuca, isso me arrepiou. Eu queria retribuir, mas...
- MAAAAARINA! MAAARINA! – era a voz da minha mãe. Eu logo me afastei do Matheus e virei na direção do som. Bem longe eu podia ver a minha mãe procurando por mim. Pensei: mães, aff!
- Tenho que ir Matheus – eu disse pra ele.
- Tudo bem, eu entendo – e sorriu. Me derreti, ele era um completo idiota, mas tinha uma pegada ótima. E qualquer mulher sabe que uma pegada é fudamental.
A mãe do Matheus me mostrou o meu quarto e onde era o banheiro. Peguei uma roupa seca, toalhas e fui tomar banho. Enquanto eu tomava banho eu pensava no que tinha acontecido entre o Matheus e eu. Na hora em que tudo aconteceu, ele me deixou com muita raiva, mas agora. Agora eu achava tudo fofo, e perfeito pro primeiro beijo. Tudo bem que foi só um selinho, mas foi tão fofo e ao mesmo intenso a ponto de me arrepiar. E cada vez que eu pensava no que tinha acontecido, mais vontade eu tinha de beijar o Matheus. Acho que ele merecia uma chance, talvez ele me surpreendesse. Sequei meu cabelo e pensei no Davi. Ele estava tão longe de mim pela distância. Eu estava tão distante dele, na verdade, distante do coração dele. E ainda por cima ele estava com a Camila. Uma lágrima escorreu. Olhei meu reflexo e decidi que aquela teria sido a última lágrima. Eu esqueceria o Davi ficando com o Matheus! Eu saí do banheiro decidida a beijar o Matheus.

Quando eu cheguei no meu quarto o Matheus estava lá, meu coração disparou. Não sei dizer se foi de susto, ou se meu plano de gostar do Matheus estava começando a dar certo.
- Ei Azedinha, demorou hein?! – ele disse de um jeito tão meigo que nem pude ficar brava. Ou será que eu estava me apaixonando já?
- O que você está fazendo aqui Matheus? – eu perguntei.
- Vim te trazer o chocolate quente – ele respondeu.
- Ah, pensei que você ía me jogar pela janela dessa vez? – eu disse sarcasticamente. Ele riu.
- Não – então ele fechou a porta do quarto – dessa vez eu vou te jogar na cama – ele disse isso e me pegou no colo.
- Não Matheus! Você tem que parar com essa sua mania que me pegar no colo e me jogar depois – eu briguei com ele.
- É por uma boa causa – ele disse.
- Boa causa? – ele não batia bem dos miolos.
Dessa vez pelo menos ele teve o bom senso de não me jogar. Ele me colocou na cama com todo jeito do mundo, como se eu fosse um vaso de vidro e ele não quisesse quebrar. Então ele deitou em cima de mim. Meu coração acelerou. O que ele estava fazendo? Eu tentei empurrar ele, foi quando ele olhou nos meus olhos e disse:
- Me dá um crédito esse final de semana. Deixa eu te provar que não sou o babaca que você pensa. Fica comigo. Se depois desse final de semana você não quiser nada, eu vou respeitar sua decisão.
Eu fiquei muda. Não conseguia responder absolutamente nada. Meu coração batia tão rápido, eu não conseguia respirar direito. Não tinha o que dizer. Então ele me deu um beijinho na testa. Depois um no nariz. Ele aproximou o nariz dele pra eu fazer o mesmo, eu dei o beijinho delicado. Quando eu senti que o próximo era na boca bateu um pânico enorme, mas não deu muito tempo de sentir o pânico porque logo ele me beijou. Só me lembrei de fechar os olhos. Ele me deu pequenos beijinhos e eu fui relaxando, abracei ele e ao mesmo tempo passava a mão no cabelo dele. Foi tão suave. Então ele me beijou pra valer. Os lábios dele eram quentes e tinham sabor de chocolate, eu correspondi ao beijo. Pude perceber que ele estava arrepiado também pelos pêlos da nuca dele. Ele foi descendo a mão dele até a minha cintura e colocou a língua dentro da minha boca. No começo eu achei estranho o jeito como ele fazia, mas depois eu me acostumei e percebi que era bom. Ele desceu um pouco mais a mão e parou na minha coxa, aproximou mais o quadril dele no meu e eu senti algo duro e então tentou colocar a mão por dentro da minha saia. Empurrei ele, aquilo estava indo muito longe.
- Desculpa, eu não resisti – ele disse meio sem graça.
- Tudo bem – eu disse mais sem graça ainda.
- Por favor me desculpa, eu me animei demais – Ele insistiu.
- É, eu percebi que você se animou demais. Tudo bem, relaxa. Acontece – eu disse.
Ele parecia tão sem jeito por eu ter percebido que ele tinha ficado “animado” com o beijo. Eu me aproximei dele e dei um beijinho nele, ele sorriu, me agarrou e nos beijamos com a mesma intensidade de onde tínhamos parado.